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Quando reclamar se torna um sinal preocupante: os impactos na mente e no corpo

Atualizado: 16 de dez. de 2024

Reclamar faz parte do cotidiano de qualquer pessoa, mas quando isso se torna um hábito constante, pode gerar consequências profundas no equilíbrio emocional, mental e até físico. Segundo a professora María J. García-Rubio, da Escola de Ciências da Saúde, a prática repetitiva de queixar-se vai além de um desabafo momentâneo, afetando tanto quem reclama quanto quem está ao redor.


É normal?


O hábito de reclamar surge, muitas vezes, como uma resposta instintiva a situações de frustração ou desconforto. Psicólogos sugerem que essa atitude pode funcionar como uma válvula de escape emocional ou uma busca por reconhecimento social. Quando nos queixamos, frequentemente esperamos que nossa perspectiva seja validada, o que cria um ciclo no qual a repetição reforça o comportamento.

Embora expressar insatisfação ocasionalmente seja algo natural e até útil, a repetição desse padrão pode transformar a reclamação em um mecanismo automático, influenciado por contextos como redes sociais. Nessas plataformas, é comum ver influenciadores usando lamúrias para atrair atenção, o que normaliza e até incentiva comportamentos negativos em seus seguidores.


A ciência por trás das queixas


Estudos em neurociência indicam que o cérebro humano é biologicamente inclinado a identificar problemas, uma habilidade que foi crucial para a sobrevivência de nossos ancestrais. No entanto, no contexto moderno, esse "viés de negatividade" pode se tornar prejudicial. Focar repetidamente no que está errado pode alterar nossa percepção da realidade, tornando-nos mais pessimistas e menos capazes de lidar com adversidades.

Além disso, pesquisas apontam que a prática constante de reclamar pode provocar alterações na estrutura cerebral, prejudicando funções como planejamento, resolução de problemas e tomada de decisões. Isso cria um ciclo onde as dificuldades geradas por esses déficits levam a mais frustração e, consequentemente, mais queixas.

Os impactos não param no nível cognitivo. Pessoas que se queixam continuamente tendem a apresentar maior propensão a sintomas de ansiedade e depressão, além de sinais como cansaço, baixa autoestima e pensamentos repetitivos. Esses fatores diminuem a resiliência emocional, tornando as adversidades ainda mais desafiadoras.


Como romper o padrão de negatividade


É possível modificar a maneira como lidamos com as frustrações e substituir o hábito de reclamar por estratégias mais saudáveis e produtivas. Entre as práticas recomendadas por especialistas estão:


  1. Foco na gratidão: Dedicar um tempo diário para reconhecer aspectos positivos da vida ajuda a cultivar uma visão mais equilibrada e otimista. Um diário de gratidão é uma ferramenta simples e eficaz para começar.

  2. Procure agir: Quando algo incomoda, elaborar uma lista de ações viáveis para resolver a situação pode reduzir a sensação de impotência e aumentar o controle emocional.

  3. Reveja seu discurso interno: A linguagem que usamos reflete e influencia nossos pensamentos. Adotar um vocabulário mais positivo pode contribuir para transformar padrões negativos em construtivos.

  4. Defina limites saudáveis: É importante evitar conversas que alimentem a negatividade e, quando possível, redirecionar interações para abordagens mais propositivas.



A mudança de atitude exige esforço, mas o impacto positivo na saúde mental e no bem-estar geral compensa. Substituir o hábito de reclamar por uma abordagem mais construtiva é um passo essencial para viver com mais leveza e satisfação.

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Criado por AprimorA Consultoria e Produtos em Psicologia - 2025

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